sexta-feira, 9 de março de 2018

LEMBRANÇAS DE UMA ESTAÇÃO

Autor Desconhecido

Desde minha infância nos anos 80 quando morava em Mossoró que não passava a pé próximo o que é hoje a antiga estação ferroviária da cidade. Ao me aproximar me deparei com o portão fechado, um dos sinais que o local é bastante propicio a assaltos. Geralmente no local se encontra mais de um funcionário, mas nesse dia estava apenas uma e não era o guia oficial do local. Na verdade, com exceção do belíssimo prédio, pouco restou para ser visto. É um lugar com um poder nostálgico de uma época que foi destruída pela péssima administração dos que chamamos "políticos". Não há mais vestígios no lugar que nos lembre que um dia havia vagões, locomotivas e o barulho característico do apito de partida e chagada do trem. Do que deveria ter se transformado em um museu da ferrovia, reservaram uma dependência e criaram o "museu do petróleo", algo que não tem muito a ver com o passado do local, mas que existe. O prédio tem cerca de 100 anos e foi inaugurado oficialmente em 1915 com o percurso Porto do Franco-Mossoró, com o proposito de escoamento do sal produzido em Grossos e Areia Branca. Só a partir da década de 50 que foi interligado o trecho Mossoró-Souza (Paraíba) com ajuda do governo federal. Chegando os anos 90, deu-se inicio ao sucateamento de todo o complexo ferroviário desse trecho com o leilão realizado pelo governo federal cujo objetivo era vender tudo a peso de ferro velho. Chegamos a 1991 e os trens de passageiros não mais funcionam, sendo os trilhos arrancados em 2001. Apesar de pouco artístico, hoje o local leva o nome de "Estação das Artes", e devido ao interesse de poucos, teima em permanecer na memória daqueles que viveram uma época que jamais voltará.

Angelo Vale


Abaixo segue algumas imagens atuais da estação:













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