Os vírus convivem com os seres vivos desde a origem da vida na terra. Encontrados na natureza intocável sem causar danos aos animais que são seus hospedeiros originais, foi a partir da interferência humana que os vírus começaram a se deslocar de animais da fauna e causar as mais diversas doenças. Depois que o seres humanos começaram a causar desequilíbrio na natureza, as pandemias provocadas tanto por vírus como por bactérias começaram a ser cada vez mais constantes. Alguns vírus acabaram se tornando companheiro dos seres humanos como o da Varicela (catapora) que depois que infecta o ser humano, continua como hóspede sem causar danos até a morte da pessoa. Outros acabaram sendo controlados por medicamentos como o HIV, que em alguns acasos se tornam hóspedes sem causar nenhum sintoma ao ser humano. A cidade de Areia Branca tem um breve histórico de pandemias em cerca de pouco mais de 100 anos. Na chamada gripe espanhola de 1918 (H1N1) foram mais de 500 pessoas infectadas (doentes) e cerca de 50 mortes, e isso quando a população era uma pequena fração da atualmente. Areia Branca apesar de não ter a infraestrutura de uma grande cidade, ela culturalmente e economicamente se tornou uma pequena metrópole. Poucas cidades estabelecem tantas áreas de comercio no RN como Areia Branca: Comercio salineiro, comercio pesqueiro, agricultura em pequena escala, transporte marítimo, instalação de industria de petróleo, industria de energia eólica e solar, comércio de varejo, etc. Apesar de ter uma população relativamente pequena, com cerca de 27 mil, é um das cidades com a maior densidade demográfica do RN com cerca de 77 habitantes por km². Naturalmente que existe diferença da Areia Branca de 1918 em relação a de 2020, ainda mais que em 1918 os recursos médicos eram bastantes primitivos. Se em 1918 a população fosse igual a atual, o número de mortos certamente seriam bem superiores aos 50. Para termos uma ideia de como as coisas relativamente continuam parecidas, naquela época Mossoró teve apenas 18 mortes pela gripe espanhola!!! Hoje, devido ao Covid-19, a cidade tem a média mais alta de todo o RN com cerca 114,7 mortes por 100 mil habitantes e a terceira em números efetivos. Poderíamos criar várias teorias para tentar explicar o fenômeno, mas uma das explicações que eu considero bastante plausível é que uma cidade com um comércio extremamente denso, a chance e a facilidade de transmissão é bastante alta, sem esquecer que temos uma grande parte da população com idade bastante avançada e uma natural dificuldade em aceitar as medidas espontâneas de isolamento social.
Angelo Vale
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