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Autor desconhecido |
O CASARÃO
--- Ele Mordeu a moça!... --- Ele mordeu a moça!...
Areia Branca amanheceu em pavorosa. É que, como bem expressava o cartaz do Cine Miramar, aquele filme do Drácula estava causando o maior alvoroço na cidade.
...
Eu presenciando tudo aquilo, também me deixava envolver por todo aquele ar de mistério; todavia, era um filme de terror, portanto, proibido para menores de dezoito anos... e eu só havia chegado aos dez (ainda um infante).
Ah!... eu era enxerido demais... ao ponto de não deixar passar aquela oportunidade. Ora, paguei a entrada de Zé Careca, um amigo (já rapaz) de meu tio Jorge. Assim, na segunda noite de apresentação do citado filme, lá estávamos sentados frente a telona:
--- E aí Zé Careca?... o que o vampiro está fazendo? (ia, de olhos fechados perguntando sobre cada passo do monstro).
--- Ele está saindo do caixão!... --- Tá mordendo a moça, ia respondendo o meu contratado.
Se alguém na manhã seguinte me fizesse alguma pergunta sobre o tal filme, tudo eu sabia, embora não tenha visualizado sequer mísera cena.
De resto, Drácula passou a povoar meu imaginário, assustando-me em forma de pesadelos e na vida real... isso porque eu passei a imaginar que ele se escondia no casarão do Sindicato dos Marítimos (prédio na esquina entre as ruas Silvério Barreto e a Deputado Manuel Avelino, coisa de menino.
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