O ano era 1990 e na escola estadual Desembargador Silvério Soares a tranquilidade e a rotina era algo mais do que esperado... até que um dia foi quebrado por um evento que assombrou todos os estudantes daquele estabelecimento de ensino. O relato que segue agora, foi extraído de uma entrevista com a Sra. Araci Bezerra do Vale, professora aposentada e na época diretora da escola e faz jus a um filme de terror. Agradecemos desde já a Sra. Araci pela atenção prestada ao blog "areia branca é nossa".
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Na época de 1990, a escola ainda tinha esse aspecto. Hoje a mesma foi transferida para outro prédio. |
Era uma
tarde tranquila como muitas outras na escola Desembargador Silvério Soares, e na
sala do terceiro ano do ensino médio, os alunos estavam ocupados com seus
afazeres. Nunca e jamais era esperado que em uma sala de aula pudesse ocorrer tais eventos. Cadeiras atiradas ao chão, gritos, objetos arremessados,
alunos saindo em desespero da sala e uma estudante agressiva correndo pelas
ruas da cidade ameaçando se atirar no rio, fato que não ocorreu devido a
pessoas que mesmo com dificuldade detiveram a aluna, impedindo a ação. A Diretora Araci que estava de licença médica foi chamada
até a escola "pois estava ocorrendo um problema sério". Para a
Diretora não havia explicação para tal atitude de uma aluna que nunca
apresentou tal reação ao longo de anos na escola. Assim que o incidente
terminou, a Sra. Araci achou melhor encerrar as aulas naquele momento, pois
muitos alunos estavam assombrados com o ocorrido. Os dias passaram e a Diretora
Araci com outros professores começaram a investigar a razão para tamanho
descontrole e através dos próprios estudantes, descobriu que cinco
alunos, incluindo a do incidente, estavam indo ao cemitério e sobre o tumulo de
uma amiga que havia morrido em um acidente em 1989, procuravam invocar o espírito
da garota falecida através de jogo semelhante ao que se utiliza um
copo com a intenção de obter contato com os mortos. Depois
desse incidente onde muitos alunos achavam que a aluna estava possuída,
tudo aparentemente voltou a normalidade. Dias depois o fenômeno ocorre
novamente, mas com um impacto menor. Depois do segundo incidente que afetou de
forma traumática todos os estudantes da escola, muitos alunos começaram a se
afastar com a ideia de que a escola estava mal-assombrada. Foi nesse momento
que a Diretora sem saber o que fazer, recebeu conselhos para que houvessem
reuniões em centros conhecido como mesa branca onde a mesma aluna apresentou
atitude similar ao da escola. Nessa mesma época foi realizada uma missa campal
no pátio da escola. A Sra. Araci conta que durante essa missa teve
uma sensação estranha que a mesma ainda lembra, mas que considerou um
fato isolado. Entre reuniões espíritas e visitas do pároco tudo parecia voltar
a normalidade e os alunos já estavam esquecendo os incidentes quando a mesma
aluna começou a ter o mesmo comportamento. Nessa terceira vez, a Diretora
pensou em tomar um atitude radical e mesmo durante o incidente pediu para
chamar a aluna. A mesma foi chamada e chegando a sala da diretoria foi
perguntada por que ela ainda continuava agindo daquela forma depois de tantas
orações, doutrinações e conselhos dos religiosos. A Diretora então disse:
"Olhe, se você continuar a se comportar dessa maneira, eu não terei outra
escolha a não ser expulsar você da escola, pois caso contrário a escola vai
acabar fechando". A aluna voltou para a sala de aula e a partir dai, não
ocorreu mais o fenômeno. Para a Diretora Araci foi o "ano letivo mais longo" que
ela já trabalhou e não via a hora do mesmo terminar. Perguntado a
ex-Diretora o que de fato aconteceu naquela época, ela foi enfática em
responder: "Eu realmente não sei, mas não descarto a possibilidade
de fenômeno sobrenatural". O ano terminou e aquele incidente ficou no
passado, na imaginação e na cultura popular da população de Areia Branca.
Angelo Vale
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