O blog Areia Branca é Nossa
apresenta o poema “Dez Linhas” do grossense mas de alma areia-branquense Manuel Erasmo da Silva (13/10/16
– 28/06/58) escrito
em Setembro de 1950. Funcionário na época da antiga empresa CCN, Manuel Erasmo da Silva escreveu
poemas em suas horas de lazer, tendo criado uma coletânea desconhecida da
população local. Esse poema foi cedido pela filha do autor, a professora Maria
das Dores e Silva que também é entusiasta em fotografia.
Dez Linhas
Eu sou poeta
sem ser,
Rimo sem saber rimar;
Eu não sei metrificar
Mas gosto da poesia,
Sei que é muita ousadia
Querer saber quem não sabe,
Mas a culpa não me cabe
Porque nunca tive estudo,
Escrevo com erro e tudo
Quando me chega a vontade.
Eu não frequentei a escola,
Como podia aprender?
E por isto sem saber,
Faço de qualquer maneira;
Um verso por brincadeira,
Satisfeito ou contristado,
Alegre ou contrariado,
Me chega a inspiração,
E por não ter expressão
Faço o verso todo errado.
Eu também sei que a escola,
Não ensina ser poeta,
E que a musa tão dileta
Quem nos dá é a natureza;
Isto eu sei, tenho certeza.
Por isso sou conformado,
Feio, torto ou mutilado.
Escrevo o verso mal feito.
Assim fico satisfeito,
Cumprindo da rima o fado.
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