quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

CHACINA EM ALCAÇUZ - ENTRE O ÓBVIO E O ESPERADO PARTE III


Há muito tempo que nossa sociedade parou de refletir e indagar sobre a moral e a natureza da violência; a violência em qualquer universo ou âmbito. Essa falta de análise nos levou a um torpor ou dormência para uma resposta forte e contrária a toda a barbárie que ocorre na nossa rotina urbana. Vemos ou ouvimos noticias de homicídios de todas a natureza e essas noticias não causa mais nenhum impacto e perdermos definitivamente a sensibilidade em relação a qualquer mazela. Já havia escrito um texto cronológico e  quase profético sobre a atual situação do sistema carcerário do RN (no resto da pais não é diferente) clique aqui. A violência não é mais extrema, nem primitiva ou animalesca, ela é real, natural e inserida bem dentro de uma sociedade que a aceitou como um prêmio amargo. As péssimas condições do presídios e a premissa que presos devem sofrer muito como forma de pagamento dos seus atos maléfico (mas há realmente como causar isso a um ser humano perdido e formalizado como um animal?) Os presídios geram um custo alto para nós pagadores de impostos e em troca acabam gerando criminosos cada vez piores que em algum momento irão retornar a "sociedade". As imagens sanguinolentas são gravadas com um requinte que deixaria a turma do Estado Islâmico com inveja, e todas elas espalhadas no infinito universo da web. Para nós será sempre fácil afirmar que não há caminho inverso para quem cometeu tamanha atrocidade, mas a pergunta difícil ficará pertinente por um longo tempo em nossas mentes: um dia iremos resgatar o sentimento que nos elevou a condição de civilizados?


Angelo Vale

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