sábado, 5 de agosto de 2017

O ÚLTIMO CANGACEIRO DE LAMPIÃO



Nada habitou tanto o imaginário do nordestino como o mito do cangaço. Foi através do maior nome de todos eles, o Lampião, que história de aventuras, lutas, violência e muita fantasia se espalhou pelo Brasil inteiro. Os relatos históricos falam que os primeiros cangaceiros surgiram no século 18, onde no final do século 19 começaram a se organizar em grupos e as razões para que homens se juntassem a um estilo de vida marginalizado eram diversos: vingança, revolta pela falta de emprego e oportunidades e muitas vezes somente a emoção do perigo. Com o crescimento do país em infraestrutura e policiamento, era impossível que se pudesse manter grandes grupos armados vagando pela caatinga e portanto chegava o fim de um era. Um dos últimos cangaceiros do Brasil e o último do bando de Lampião a falecer foi o José Alves de Matos, ou o cangaceiro "Vinte e Cinco", nome dado pelo fato dele se juntar ao bando no dia 25 de Dezembro de 1933. "Vinte e Cinco" nasceu no dia 8 de de Março de 1917 na Bahia. A partir do extermínio do bando de Lampião em 1938, "Vinte e Cinco" começou a desistir do cangaço e cinco anos depois ele acaba se entregando a policia, ficando na prisão por quatro anos. "Vinte e Cinco" ainda conseguiu concluir o segundo grau e trabalhou como guarda municipal. Em uma entrevista, 'Vinte e Cinco" falou que a policia da época era bastante ignorante e violenta, violência essa que atingiu sua família e que segundo ele foi um dos motivos a ingressar no bando de Lampião. Antes de morrer, ele confessou que sentia saudades da época do cangaço, apesar de todas as dificuldades. Depois que foi libertado, "Vinte e Cinco" foi morar em Maceió, onde ficou casado por mais de 50 anos e faleceu em 2014. Estava se selando o fim de uma era.

Angelo Vale 



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