Certamente,
quando eu descer do último degrau do ônibus, poderei, enfim, sentir todos os
aromas de Areia Branca: das frutas nos quintais; do velho mercado adormecido à
boquinha da noite, permitindo aos meus olhos ainda ver o amontoado de caixotes
e um pratear de escamas sobre suas respectivas calçadas.
Sei,
como sempre ocorreu, que chegando à "casa da estrela", ao término do
corredor, estarão a minha espera: minha avó, sentada na velha cadeira de
balanço, a resmungar das mulheres de biquínis das novelas; tia Chica, ao fundo
da cozinha, com suas fornadas de cocadas a preencher o ambiente com doce
fragrância de açúcar queimado e tia Nega com seus múltiplos movimentos nos
lábios, libertando as ladainhas e novenas ditadas pelas contas do terço que
sempre leva nas mãos.
Sim.
Areia Branca estará me esperando, como deve ser... como sempre ocorre nas
minhas lembranças e sonhos.
O autor |
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