CRÔNICA POR RENATO BORGES

Imagem (apenas ilustrativa): de alunos areia-branquenses em foto de famosa revista educacional dos anos 50 (na Revista Zezinho).

A velha Casa Paroquial da rua da minha vó já serviu de muita coisa nessa vida: foi clube de festas, foi escola, foi o quartel general das crianças da minha geração (quando findou em escombros)... Ah!... é lógico, foi também Casa Paroquial.

Toda vez que me vem à memória aqueles arcos que compunham aquelas portas e janelas tão originais, logo em seguida, também me vem a lembrança de uma manhã inesquecível: quando algumas mães não entenderam o porquê dos filhos terem retornado t...ão cedo da escola, isto é, da Casa Paroquial; outras, estavam enfurecidas com o fato da professora ter cancelado as aulas por um motivo supostamente banal.

--- Ora, onde já se viu?... Mandar os meninos pra casa, só porque ela precisava pagar uma conta no banco, eram essas as indagações mais pronunciadas naquele início de manhã em Areia Branca (naqueles anos setenta).

O certo, amigos, é que nessa vida nos deparamos com eventos estranhos; muitos, sem explicações plausíveis.

Pois bem, naquele dia a tal professora recebeu, um a um, seus respectivos alunos, sentou-se por uns instantes (ficando, pensativa e a olhar para o alto); enquanto batia com um pedaço de giz na mesa, parecia estar mergulhada em dúvidas terríveis.

De repente, a mestra se levanta rapidamente, dirigindo-se à porta:

--- Crianças!... Hoje, não haverá aula, podem ir para casa, pois lembrei-me de pagar urgentemente uma conta, explicou.

Aí, vem o desfecho: após a saída da última criança, logo que passou a chave na fechadura, houve um estrondo tão grande, ao ponto de todos na cercania formada pela rua das almas, Francisco Ferreira Souto e Deputado Manuel terem escutado: o teto da referida escola tinha vindo abaixo. Não sobrou no telhado um único pedaço de telha ou caibro... tudo estava em ruínas.

Eh!... Há, sim, muitos eventos estranhos e sem explicações nessa vida. Ainda bem que não houve aula naquele dia.

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