sábado, 29 de outubro de 2016

A JANELA - CRÔNICA POR JOSÉ FRANCISCO FERREIRA


© Angelo Vale

A última janela que ainda existia em nossa casa, mandei fechar à algum tempo, mandei tijolar por fora, mas mantive a janela de madeira pelo lado de dentro, pois ela foi “testemunha” de um fato no mínimo muito curioso. Morava em Santos SP na época do ocorrido. Quando recebi a notícia que o meu pai Chico Vicente estava muito doente, tratei de viajar para Areia Branca, viajei com minha esposa, minha irmã e meu cunhado, um outro irmão meu que também estava lá, não pode vir por se encontrar internado na Santa Casa de Misericórdia naquela cidade..
chegamos em Areia Branca e infelizmente pudemos constatar  que o meu velho pai estava mesmo muito doente, e ficava acamado exatamente no quarto da frente da casa, onde ficava a janela, sim a última que eu mandei fechar. Quando dissemos a ele que o meu irmão não tinha vindo por que estava internado, ele pediu que o levássemos até a janela que ele queria ver a rua, nós o ajudamos a ficar de pé, e ele  permaneceu nessa posição com o olhar parado e fixo num determinado ponto da rua, passados uns cinco minutos, pediu para voltar para a cama. No dia seguinte, faleceu.
voltamos para Santos e no final de semana seguinte à nossa chegada, fomos visitar o meu irmão que já havia recebido alta do hospital, e estava em casa. e sem que lhe contássemos nada em relação ao episódio da janela, ele disse que dia tal, hora tal, ainda no hospital, sonhara com o nosso pai, de pé, sem camisa, bem magrinho, na janela de casa, olhando fixamente em sua direção, verificamos depois, que o dia e a hora do sonho, coincidia exatamente com o fato presenciado por nós. Não me perguntem o que houve, não saberia explicar, como diria o velho Chicó (Auto da Compadecida) EU SÓ SEI QUE FOI ASSIM.


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