Para entender um pouco melhor as razões da escalada da violência no estado do Rio Grande do Norte, assim como todo o Nordeste, precisamos voltar um pouco no tempo. Desde os anos-70-80 que os grandes centros eram refugio de toda a espécie de marginalidade e podemos ressaltar grandes cidades como Rio de Janeiro e São Paulo e nessa época procurar as pequenas cidades eram a saída para se livrar do ritmo caótico e dos perigos da marginalidade. Nesse período muitos presídios foram construídos em todo o Brasil, com a diferença que os da região nordeste foram os que tiveram o pior índice de ampliação ou melhorias com a manutenção. Com as politicas federais que tinha como objetivo o despejo de recursos para que os setores de segurança fossem aprimorados, muitos deles foram ignorados por falta de projetos e devido ao velho jeitinho de conseguir propinas com obras superfaturadas. Enquanto os estados recebiam dinheiro para projetos de infraestrutura, como estradas e universidades, os velhos presídios ficavam ainda mais abandonados e se transformando em verdadeira escolas do crime. Ao mesmo tempo, o avanço do tráfico de drogas aumentava e proporcionalmente os estados criavam mecanismos de aprimoramento e eficiência de corrupção, e ficando as sobras apenas para alguns projetos assistencialistas.
Quando a violência chegou as escolas do ensino fundamental, muitos professores acuados e temerosos, acabaram perdendo rendimento em sala de aula, já que muitos eram professores de alunos rebeldes, cuja família eram fontes de um comportamento bastante duvidoso e os professores começaram a se sentir auto ameaçados. Eleições após eleições, a corrupção no quesito desvio de recursos aumentou muito, vide os escândalos das gestões do estado do RN durante uns quatro mandatos atrás. É nesse interim que a corrupção faz o maior estrago nas contas do estado, a ponto de faltar recursos para ampliação do contingente policial que não resolveria o problema definitivamente, mas reduziria bastante o número de ocorrências. Com os estados vivendo em um plano de falência, foi o momento ideal para a imigração da violência dos grandes centros para o interior, tendo como resultado centenas de confronto de gangues adversarias, assaltos sistemáticos para manter o comercio de entorpecentes e tudo isso ocorrendo com a falência do sistema carcerário que só fazia piorar a situação do detendo, transformando-o em um individuo de maior risco e sem esperança. Como resposta, a policia entrou num processo de opressão cíclica: prende-se e solta-se, solta-se e prende-se de novo, com exceção quando ocorria confrontos com policiais e na maioria da vezes com a morte de marginais. A nossa Areia Branca está inserida perfeitamente nesse universo e a solução, todos conhecem, mas infelizmente a corrupção (principalmente em época de campanha)veio para destruir de forma mais eficiente do que qualquer arma de guerra.
Por Angelo Vale
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