Já tinha falado algumas coisas sobre a dissidência e o embate entre os grupos políticos mais tradicionais e folclóricos de Areia Branca conhecidos como Bicudos e Bacuraus. Desde as épocas remotas da historia política de Areia Branca que grupos opostos alimentam essas diferenças gerando ódio partidário, onde até violência extrema ocorreu (vide atentado contra a vida do falecido ex-prefeito Expedito Leonez). Tive a ideia de escrever esse artigo quando pesquisava sobre o genocídio que ocorreu em Ruanda em 1994. Antes colonizada pelos belgas, Ruanda era formada por dois grupos ou etnias, a minoria Tútsi que comandou o pais por muito tempo e a maioria Hutu que era insatisfeita pelo governo opositor. Uma das táticas utilizadas pela Bélgica foi acentuar ainda mais as diferenças étnicas entres esses dois povos, afim dos mesmos não se organizarem em uma sociedade mais unida e viverem sempre em conflitos sociais. Dessa forma, a Bélgica poderia controlar com maior facilidade aquele território ocupado por povos desunidos. Porém, isso foi piorando até que num acidente sofrido por o então presidente que era da etnia Hutu, o ódio aumentou significantemente, e que impulsionado pela revolta que esse acidente fatal causou, a maioria Hutu começou a organizar o genocídio ou extermínio do grupo Tútsi. Resultado: cerca de 800 mil pessoas foram mortas, onde muitos padeceram a golpes de facão e até vizinhos foram assassinados pela simples diferença tribal (visualmente não havia diferenças). Ao voltarmos para nossa realidade, percebam que a mesma coisa vem ocorrendo em nossa cidade, onde os que almejam o poder sempre estimulou essas diferenças, provocando ódio, intrigas e inimizades com o único proposito de serem submetidos ao poder e controle de um grupo que derrubou uma antiga síntese: "unidos somos mais fortes, separados padecemos". E mesmo no século 21, com toda a carga de informação que tenta esclarecer essa problemática, muitos ainda querem fortalecer esse tipo de politica que somente prejudicou nossa sociedade até os dias de hoje. Entretanto, verifico que através da nova geração, esse sentimento vem enfraquecendo, mas o combate a esse tipo de instrumento de manipulação tem que ser sempre fortalecido, ou sempre seremos a cidade que ficou apenas nos sonhos (mais profundo possível).
Angelo Vale
Interessante, cheguei em Areia Branca no ano de 1986,existia festa de agosto,ivipanim, carnaval, praças para conversar e namorar(sem assaltos e violência). Hoje? Acabou tudo! O que temos ainda? Os bacurais x bicudos, a roubalheira, a falta de vergonha, os botijões de gás, os milheiros de tijolos, a compra de votos descaradas. Quantos anos esse povo ainda tem que sofrer, para dar um não para essa máfia?
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